Uma vez estava conversando sobre parto com uma amiga minha que pariu a filha em sua própria casa. Eu sempre fico admirada com a coragem de quem faz essa escolha. Ela me contou detalhes do parto e eu perguntei no que foi que ela pensou quando tinha a sensação de que não daria conta, que não ia conseguir. Então, ela me falou uma coisa muito bonita que nunca esqueci “eu pedia para que a força de todas as mulheres que já pariram estivesse comigo naquela hora”.
Só de pensar nessa frase eu já sinto uma força.
Acessar essas imagens mentais pode ser útil em muitas situações. Essa conversa com a Grace me fez notar como e quando eu faço isso:
Quando sinto que preciso me cuidar mais, ser mais zelosa com minha saúde sempre penso em como minha mãe se cuidaria nessa mesma situação.
Quando estou dramatizando demais a vida, penso em como meu pai encararia o mesmo fato com leveza, força e diversão.
Quando me sinto em uma encruzilhada, perdida em pensamentos sobre como fazer meu trabalho sem perder profundidade, penso em como a Alanis Morissette escreve suas músicas e faz seus projetos.
Quando tinha medo de andar de avião pensei nas centenas de milhares de pessoas que viajam todos os dias sem sentir um pingo de ansiedade…pior, tem gente que escolhe trabalhar dentro deles! Eu imaginei como seria sentir aquela tranquilidade.
No fim nós nem mesmo sabemos se a imagem mental que estamos criando é fiel a realidade. Eu, por exemplo, conheço quase nada do processo criativo da Alanis, mas de alguma forma, fazer essa construção mental me ajuda a dar uma nova perspectiva para minhas questões.
E você? Quais são suas maiores travas e medos? Será que você conhece alguém que pode ser um bom “parceiro imaginário”? O que será que essa pessoa faria?